sábado, 23 de novembro de 2013

ARTIGO: O trabalho nosso de cada dia

Às vezes felicidade é trabalho realizado, simplesmente, ou como diria Teresa de Calcutá, “a maior satisfação: O dever cumprido”. 

E há quem diga que na Bahia tudo é festa e preguiça. Me perdoem os caymmistas, mas eu discordo. Das lavagens de janeiro ao Carnaval, da Micareta ao São João, do Dois de Julho ao Réveillon, passando por tantas, tantas farras fora de época nas quais, enquanto alguns, em especial os turistas, se divertem, muitos baianos trabalham, ali, nos bastidores: Vendendo comida e bebida, fazendo a segurança ou limpeza, catando latinha, puxando corda, cuidando da saúde, dirigindo, sonorizando, filmando, fotografando, entrevistando...

Mas, se “tudo vale a pena quando a alma não é pequena”, Fernando Pessoa tem toda a razão. Porque o que conta, no fim das contas, é a satisfação de ver o fruto do trabalho que, às vezes parece que se pariu, concretizado, pronto, parecendo que olha para a gente e diz: “obrigada! Eu existo graças a você!”. Ah, mesmo que não seja reconhecido como se deve – quantos artistas e suas obras não o são?! –, saber que foi feito com honestidade e amor, e que culminou em um degrau subido, um passo para se tornar mais honrado e “mais gente”, faz acreditar em si mesmo.

Depois, é claro, é a vez de curtir a “rede preguiçosa” da não baiana Roberta Miranda, de lembrar que “o samba da minha terra deixa a gente mole” e se entregar ao bom - e merecido - descanso, à la Dorival Caymmi, nem que seja só por um dia. E depois, tudo começa de novo...

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